Esta cama hospitalar me fez refletir onde o design agrega valor e aonde onde ele peca.
Está certo que não existe um design perfeito, mas o objetivo do design é atingir o máximo de pontos positivos possíveis, sendo que os mais simples ou imperceptíveis é mais contam: Que são os detalhes.
Encontrei esta imagem num site bacana que um colega postou no Facebook. Encontre o problema???
Não achou! Sim o problema muitas vezes num produto não está na sua forma, nem na ergonomia, mas nos Fatores Humanos. Na IDEO existe esta ramificação que propõem visualizar de forma mais abrangente as percepções e a relação entre o homem x máquina (objeto). Olhe novamente a imagem...observe... o que você encontrou de aspecto cognitivo para o usuário que não agrada???
Se você pensou na cor....infelizmente sua percepção não está apurada, embora a cor remeta a uma percepção, neste caso a cor foi bem empregada, pois destaca áreas móveis do produto além que a escolha da cor foi propícia para evitar acidentes e remeter o produto a algo não tão assustador.
O problema deste produto é a quantidade de peças que compõem o produto. Além de elevar o custo do produto o principal problema deste produto está justamente nisso. Imagine num ambiente hospitalar que tem em média 10 a 15 minutos para desinfetar o local para remover um paciente e colocar outro. Imagine que o tempo gasto somente com esta maca para desinfetá-la completamente sem ser de forma superficial. Seriam necessárias ao menos 15 minutos para fazer toda a limpeza, a assepsia do produto, imagine esta cama hospitalar numa enfermaria que geralmente ficam de 5 a 15 camas. Está certo que numa enfermaria todos o mobiliário médico nem sempre é limpado toda hora, mas com certeza o principal aspecto negativo neste produto é justamente para o usuário secundário que é o serviço de limpeza hospitalar de irá dispender um tempo precioso para realizar toda assepsia de uma simples cama ao invés de se preocupar com coisas mais óbvias como manter o chão limpo e/ou outros instrumentos esterilizados.
Enfim design não é simplesmente o que se vê mas como se sente, o que ele transmite o que ele provoca, o que ele faz. Não pensar no todo é negligenciar uma parte importante da relação do objeto que por vezes acaba criando mais problemas ao invés de resolve-los. Mas como eu disse: Design não é solução, é melhoria, não somos engenheiros treinados a pegar o problema e resolve-los e considerar isso uma solução. Nós pegamos o problema e identificamos a real necessidade do cliente/produto então propomos a melhor forma que ele pode responder ao usuário/produto propondo um novo conceito uma nova perspectiva esta é a metodologia que é empregada no design.
Por vezes o design não corresponde as expectativas de quem demanda o produto empresário/ empreendedor, pois não entende que a metodologia do design é muito subjetiva, sugestionável, mas que existem parâmetros para chegar uma métrica que não é tangível ou mensurável como a lógica matemática o design faz como a lógica de Fuzzy que tenta expor subjetividade em termos matemáticos.
O produto criado pelo designer muitas vezes acham que é inviável, que emprega alto valor, tanto físico como monetário, que exige muito de quem o fabrica e esta não é a realidade que nos encontramos atualmente. Hoje empresas que não empregam design não tem valor agregado, não são reconhecidas pelo seu trabalho, não são vistas pelo mundo.
"O designer é como um soldado que luta num campo de batalha, onde todos querem conquistar a vitória, porém para conseguir chegar a vitória (objetivo) deve primeiro saber liderar, trabalhar em equipe, comunicar ter espírito aventureiro e criar cooperação e alianças para dominar o território (mercado). Muitas vezes acaba ganhando a batalha por si só , porém o mérito nunca é atribuído apenas um bravo soldado, e sim uma equipe, pois sabe que lá no fundo não alcançaria o sucesso sem a cooperação de todos."
Roger Mafra
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