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PAPO D: MONKEY BUSINESS COM MARCO FRANZOLIM & MESA VERDE COM BERNADETE BRANDÃO - CHARNEIRA 2011



O Papo D - Qual o limite da atuação do designer?  Foi realizado pelos associados da Pró Design nesta quarta-feira (05/10/2011) levanta algumas discussões do design, com vários profissionais presentes:



O mercado onde vocês irão atuar é onde o design está misturado com outras áreas confundido com outras mídias, tudo virou comunicação onde iremos trabalhar? Num escritório, numa agência, num stúdio? Se faz muita diferenciação de cada ambiente, essas nomenclaturas só existem porque a gente quer, pois hoje está tudo junto e misturado.

O que o design precisa é uma idéia, a vezes a gente esquece esse nosso potencial, todos tem que estar unidos pela idéia.  Por exemplo, o hotel Emiliano criou um livro diferente aos seus hóspedes, nele demonstravam um caso real que um cliente que deixou cair um iPod no corredor do hotel e quando o hospede voltou o seu iPod estava na cama com uma caixa de chocolates ao lado. O livro tinha uma idéia diferente em algumas páginas elas estavam fechadas, para abrir as páginas bastava pegar o cartão que estava no começo do livro passar entre as páginas e então as histórias como essa do hotel eram reveladas. Se a gente quiser podemos fazer de tudo através da experiência.


Outra questão levantada é que não conseguimos mais diferenciar as áreas de design, marketing, publicidade, propaganda, mídia digita, connect, o que conta mesmo é uma boa história  e transmitir valores  que se quer passar. Existe um problema hoje de ego, se você não é puro da profissão, existe um blá-blá-blá discutindo esse assunto. Não importa se você é do digital, publicitário, marqueteiro, o importante é atingir a comunicação esperada como o cliente. Como potencializar essa comunicação? Ninguém mais  cria nada sozinho hoje. Todas as marcas conversam com seus consumidores, quem não os houve não sobrevive muito tempo. A Digital Kitchen (Agência) fez um negócio sensacional multidisciplinar com várias áreas  integrando várias mídias, hoje é isso que importa.

Dando continuidade ao assunto foi mencionado que hoje é tudo tão difuso é muito bobo  discutir  e dizer que  isso faz ou não faz design. A idéia não serve somente para comunicar ao cliente e aos consumidores  ela deve ser original. A idéia tem que ter uma identidade, todas as empresas pagam para ter uma idéia  inovadora para se destacar no mercado e se distanciar dos concorrentes.

Para outro  debatedor a  idéia deve ter consistência, tem que ter a técnica  aliada entendendo o propósito da marca, mas  a ideia não deve ser somente foco principal. “A idéia é importante, mas o conjunto das coisas é que faz a diferença”.  Completa ainda dizendo que idéia não é uma grande sacada, na verdade estou resolvendo um problema  para o cliente, qualquer coisa que eu fizer e der certo vai ser uma grande sacada. O design é funcionalidade, mas a função principal e atingir o cliente.

Outro questionamento feito foi que  a publicidade está ligada muito ao lance da sacada (genial), o design está mais voltado para a funcionalidade. O design  é mais perene como função primordial, as agências de publicidade e propaganda  perceberam a funcionalidade como algo mais duradouro e estão se utilizando e apropriando do design para atingir seus resultados.  O problema não está nas  agências de publicidade de se  apropriarem de algumas metodologias dos studios de design, o problema é os escritórios e studios de design  pegarem os vícios das agências. A idéia da PrÓdesign é criar um ambiente saudável para o design , mas os designers tem que descobrir qual o melhor modelo de negócios para eles. O constatado é que  os escritórios e studios de design estão cada vez mais especializados, tem escritórios que só fazem marca  e não sabem fazer outra coisa.

A função da publicidade é vender e comunicar ao cliente de forma eficaz, as agências sacaram que não se faz propaganda somente com produtos utilizam de atributos do design para vender experiências ao cliente.
Um exemplo citado é que a Apple não gasta quantias milionárias com propagandas, mas colocam um grande cubo de vidro em frente a sua loja, quer melhor comunicação e design que isso?

Então momentaneamente a palestra é interrompida com  a noticia que Stive Jobs faleceu.

O cliente  quer toda a marca comunicando com o cliente desde os funcionários, até o ponto de venda  atingindo até o emocional do cliente. O design lida como o subjetivo o etéreo, tentando justificar o emocional o intangível para o cliente de forma racional. Nossa maior virtude é pensar no todo, um visão holística e a filosofia de como encaramos  o mundo e os problemas  e podemos fazer o que quisermos, por isso todo mundo hoje em dia quer ser design, todos tentam entrar neste pacote. Não temos limite além da razão, o design enxerga as coisas de outra forma que os outros ignoram ou não querem enxergar,  por isso não devemos ter medo de arriscar, o risco é nosso ‘enthusiásmos’.

“O designer gosta de fazer tudo por isso somos eternamente insatisfeitos.” – Ericson Straub.

Finalizando a discussão  descrevem o papel do design como  fator estratégico que desenvolve e guia o cliente  a achar seu caminho – Diria que somos como gurus espirituais – integrando todos os canais de comunicação para que o conjunto apresentado mostre resultados, se cada um não fizer a sua parte o projeto não roda.  Temos que deixar nosso ego de lado quando alguém diz que o projeto não está bom. Se você fala para um designer que aquela forma não está legal, ou que aquela fonte  não está boa é como se xingasse a própria mãe. Se o que você fez é realmente bom, somente uma boa argumentação irá convencer os outros e seus clientes. Afinal o cliente ainda é um cara medroso o tempo todo, você tem que mostrar a ele que o que fazemos é algo profissional e não um bando de loucos que ficam fazendo experiências sem sentido com seus clientes.

Nesta quarta-feira também tivemos a participação de Marco Franzolim publicitário e sócio-diretor executivo da MonkeyBusiness. Criou a MonkeyBusiness em janeiro de 2009 e desde lá a empresa já criou mais de 500 apresentações para cerca de 160 clientes. Suas apresentações foram traduzidas para 8 línguas, e a empresa já atendeu clientes em diversos países.



 Ele faz uma compilação de um pouco de coisas que você não consegue ver na faculdade." Só faço montagem de apresentações  e os clientes só pedem em Power Point." O problema segundo ele é que você já recebeu inúmeras apresentações mal feitas pelo Power Point por isso existe o estigma de que o progama é um lixo e na verdade não é. Afinal hoje em dia tudo é mídia, os tradicionais são: Televisão, Rádio, Revista, Jornal, Cinema, Outdoor, Música (Jingle), Fanzine, Folheto, Cartaz, Tablóide, Cartão Postal, e as novas mídias Blogs, Youtube, Facebook, Twitter, Podcast, porquê não podemos fazer mídia em também em Power Point como suporte para transmissão de mensagem?.

"O Power Point tem um grande estigma para apresentações, porque consideram as apresentações de Power Point  uma grande bosta" - comenta Marco Franzolin.

A gente tem inteligência criativa, qualquer coisa é so criar o insight que você quiser, essa é a  Revolução da Mídia - Evan Willians. De forma descontraida demonstra seus slides em Power Point muito bem elaborados, nem pareciam o velho e tradicional Power Point que conhecemos.


O mundo está pronto para novas idéias, temos que nos reinventar sempre! " Um cara me disse que: Quando você entra na zona de conforto é porquê você não está produzindo nada, isso significia que você está morto!".  " Eu gosto de uma frase de (Stive) Jobs,: Stay hungry, stay foolish." - ficou sabendo durante a apresentação da morte do líder da Apple. Nunca se contente em fazer o mínimo, você sempre tem que fazer o melhor, com o espírito iniciante. Toda conquista é uma vitória: o legal é não perder o foco.



Na ultima palestra desta quarta vimos a palestra MESA VERDE - Sustentando mitos com Bernadete Brandão e convidados.

O modelo industrial que temos hoje tem que mudar de forma drástica.  O que faremos com todo esse lixo gerado pela nossa sociedade, ao invés de pensarmos em reconstruir novas soluções, no Paraná por exemplo, o governo estadual abriu concessão para a montadora Renault colocar mais carros nas ruas, o governo não abre mão dos automóveis no país pelo simples fato que o carro gera uma grande riqueza de tributos para o Estado. No estágio que estamos teremos que abrir mão do nossa zona de conforto e nos sociabilizar como faziam as sociedades alternativas - acho que ela  quis dizer para nós virarmos de volta sociedades tribais - tornando nos menos egoístas no nosso convívio social , e a ignorância do governo .

Outro discurso  realizado  foi que não podemos ser um país inovador sem ser um país sustentável. - de fato existe alguma verdade nisso. O design gera consciência, cria novos modelos de educação, lidam com a essência humana se fomos progredir, então vamos progredir para um capitalismo ecológico, pois o modelo atual é nefasto. 

Citando a Dinamarca com o slogan: Dinamarca o país mais feliz no mundo, relata o convivio e as relações sociais da sociedade dinarquesa com o meio ambiente, onde se querermos e devemos mudar o mundo temos que conviver com eles como família

A palestrante proferiu que os sonhos somos nós quem construimos, e são os sonhos que se constróim o mundo. Somos (designers) bons para sonhar - completa. O principal problema de hoje é que não sabemos o que está errado, todos apontam mas não são apenas uns problemas para resolver, são vários e ao mesmo tempo. Devemos ver o designer como construtores dos nossos objetivos humanos, observamos e nos colocamos no lugar dos outros esse é o nosso diferencial. Nós quem desenhamos a complexidade comunicando-a positivamente através de ações que controem valores para a sociedade.

Novamente entram no discurso que devemos mudar a nossa estrutura social e o design é uma ferramenta importante para ajudar não só produtos a a vender, mas criar um novo modelo de negócios como gestores, construindo uma nova base economica e de inovação. " Queremos o design como algo sustentável para todos, O Brasil não vai desenvolver sem o design" - Bernadete Brandão.

Já para Christian Ullmann: "Não existe nada sustentável, portanto quanto mais nos afastarmos da tecnologia, mais seremos sustentáveis" - Ele fala que não precisamos consumir toda hora é isso que o capitalismo tenta fazer conosco todos os dias,  a nossa sociedade está empurrando a criar um novo modelo, e certamente reinventaremos  novo modelo.

Como mensagem final Bernadete Brandão deixa a mensagem: " Estudem e pratiquem- Dalai Lama."


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