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PROFISSÃO DO FUTURO: RUMO AO DESIGN CENTRADO NA HUMANIDADE

O Festival da Fast Company Innovation ano passado abriu uma virada histórica sobre os valores e impactos que nós como indivíduos, comunidade e organizações devemos procurar para uma transformação e resiliência  orientada ao design para interromper a mentalidade obsoleta, engajando novas audiências sub-representadas para melhorar a qualidade de vida das pessoas. O mercado de trabalho, as profissões e os profissionais, devem evoluir para abordar problemas complexo e interconectados que enfrentamos atualmente evitando que alguns desses problemas saiam do controle. 


Nos últimos 60 anos, o design Jo Szczepanka tem demonstrado que o design tem feito um excelente trabalho para revolver os problemas do dia-a-dia, ao mesmo tempo extraindo e incorporando insights de outras disciplinas. A curiosidade sem fim e abertura de ideias de outros campos  tornam o design a chave para algumas das maiores inovações até a história recente - indo desde o iPhone ao Tesla e Uber o importante é esse foco na empatia e compreensão dos usuários, valores e experiências que fazem os designers se destacarem como iluministas e humanistas modernos lançando a luz renascentista em um mundo transformado pela tecnologia.

Como resultado, o design centrado no ser humano e o pensamento de design (design thinking) tornam-se parte de currículo nas universidades, mesmo fora dos programas de design, onde os gigantes do mercado de ontem estão construindo equipes de inovação lideradas pelo design demandando e compensando cada vez mais designers. Esse é um reconhecimento da força de transformação que o design exerce e influencia em qualquer campo de atuação e também trás muita responsabilidade. Seguindo cegamente a visão atual sobre o design de culto de projetar para o indivíduo pode ter consequências desastrosas ao longo prazo e elas não são intencionais. Vemos o fato de uma plataforma projetada para conectar-se com pessoas através de uma tela viciante tem consequências históricas (Facebook); ou um sistema de automação projetado para melhorar a segurança prejudica nossa capacidade de tomar decisões e buscar informações adicionais (piloto automático do avião) ou ainda, um sistema disponível para reconhecimento de direção que prejudica nossa memória, orientação e localização (GPS e Google Maps). Uma maneira de experimentar um novo destino com um local que espreme os moradores de baixa renda para fora da habitação para dar acesso a preços acessíveis (Airbnb). Cada um desses exemplos é reconhecido como um verdadeiro produto ou design de serviço. No entanto, estamos apenas concentrado ao nível individual, muitas vezes deixando de levar em conta os vieses cognitivos e sociais que levam amplas consequências não intencionais. Estamos concentrando no impacto dessas soluções à curto prazo  e nos beneficiando de nossos projetos nos poupando de fazer a real e difícil pergunta: Estamos projetando um mundo em que todos queremos viver hoje, mas como será o amanhã?

Para sermos agentes de mudança positiva nós como designers precisamos pensar mais amplamente sobre as consequências diretas, secundárias e terciárias do nosso trabalho. Precisamos ser claros sobre o que estamos nos esforçando para fazer e minimizar as chances de criar problemas mais do que estamos tentando resolver atualmente. Para fazer isso, precisamos integrar nossa disciplina ao pensamento sistêmico que leva em conta as ligações e interações e estruturas subjacentes de sistemas dinâmicos ao longo do tempo. Isso permitirá antecipar e mitigar as consequências negativas a longo prazo para as soluções bem intencionadas. Como resultado estaremos preparados para projetar sistemas que tenham impacto mínimo, criando e sustentando com equidade para construir avanços e tecnologias sem interromper a base da sociedade. Temos a responsabilidade de evoluir o pensamento de design (design thinking) para design centrado no ser humano para projetar o design pensado na humanidade, mudando a perspectiva individualista e contemplando o ecossistema e nossa linha do tempo com metodologia através de atributos para sociedade, nós perguntaremos nesta nova perspectiva ao invés de :

"Como podemos?" pergunte-se:"A que custo podemos?"


Como designers e pensadores de design temos nos preocupado com as questões como: "E se" e "Como podemos" elas sem dúvida desencadeiam nossa criatividade nos permitindo criar soluções para os problemas de forma mais completa sejam grandes ou pequenos problemas. Como podemos permitir que as pessoas aluguem suas casas? E se pudéssemos digitalizar seu histórico pessoal de saúde?   São algumas questões fundamentais e estreitas que super enfatizam o usuário ao nível de direito individual sem levar em consideração as consequências que essas ações podem implicar a longo prazo. Assim, absolvem os designers a responsabilidade mais ampla na sociedade precisando compreender através de pesquisas etnográficas, criando mapas de empatia e entendendo interesses e motivando pessoas em que nosso design afetaria imediatamente. A diferença que quando adotamos uma abordagem sistêmica estamos examinando implicações mais amplas: Ao fornecer a um grupo de pessoas um solução podemos estar impactando negativamente no outro extremo (no caso do Airnbn: residentes locais de baixa renda). Nossos valores são sustentáveis em face de mudanças e comportamento que nossos projetos criam (no caso do piloto automático de uma aeronave, onde se sustenta o conhecimento a especialização no advento da automação, e o poder rápido de raciocínio e tomada de decisões precisas ficaam aonde?); ou ainda: Qual o custo ambiental e social de um produto ou o que acontece no final do ciclo de vida? Que impactos geramos?

A atenção concentrada nos resultados preferenciais para longo prazo é uma técnica poderosa e eficiente, ainda que estamos começando a melhorar o nosso trabalho aperfeiçoando a metodologia de projeto e design thinking, em nossa sociedade e em nossas vidas. Quando dedicamos a criar coletivamente os resultados desejados, podemos liberar nossas criatividade para promover interesses compartilhados e problemas mais complexos. 

O pensamento de resultados começa definindo um estado futuro preferível, em seguida trabalha-se de trás para a frente para identificar ações e etapas necessárias que conectarão o futuro ao presente.

Chamada de backcasting, essa técnica tem sido usada há muito tempo em filantropia. Ao contrário da previsão que é reativa, o backcasting é proativo, exigindo que se defina um resultado ideal e alinhar seus esforço para conseguir alcançá-lo. Definido o resultado ideal terá forçado a pensar nos caminhos negativos que implicam a trajetória correta e que precisa ser forçada para evitá-las. 

A nova linha do tempo (timeline):Prazo curto deve morrer

Nossa tendência atual, aqui no presente é preferir a gratificação imediata do que receber longos pagamentos futuros de longo prazo. Quero exemplificar que talvez uma das razões pelas quais o culto do desenvolvimento ágil "correr mais rápido e ir quebrando as coisas" é o modo éthos do Vale do Silício que tornou-se o modelo predominante de pensar. Ou seja, quando o resultado há uma falha bem projetada, relativamente inocente mas extravagante, em que parece um erro inocente e bobo, rimos e fingimos que nunca cometeríamos o mesmo erro, e também não resolvemos. Isso acontece o tempo todo, existem consequências mais significativas que impedem que nossa visão a curto prazo de resolver o vertiginoso conjunto de problemas super desafiadores de longo prazo que enfrentamos atualmente: Mudanças climáticas, crescente instabilidade política e polarização, crescente desigualdade econômica, sistemas sociais insustentáveis como a Seguridade Social e saúde e os  crescentes impactos dos sistemas digitais, desde os desafios de privacidade e segurança até o espectro do desemprego desenfreado, além da Inteligencia Artificial e da automação, além de outros problemas eminentes.


Dado o nosso fetiche com o novo e nosso apetite insaciável por crescimento, as pessoas muitas vezes concentram tragicamente as melhorias a curto prazo, em vez de pensar em estratégias que impactem a todos a longo prazo. Esse pensamento nos faz individualistas, uma vez que buscamos soluções para nossos pequenos problemas de forma localizada, enquanto se ao olharmos sistematicamente e pensarmos holisticamente estaremos enfrentando a raiz do problema de forma mais eficiente, com soluções mais saudáveis mas que demandam tempo para que elas aconteçam. Tragicamente o padrão se repete em escala corporativa e governamental com exemplos de sobra: Produtos de uso único e descartáveis que levam plásticos para os oceanos e acabam parando em seu consumo de frutos do mar; apoio dos governos a curto prazo para matrizes ineficientes como o carvão resultando minérios e rejeitos insustentáveis para a reciclagem poluindo e degradando as escassas florestas e reservas ambientais.

O Design Thinking como um processo com ênfase em prototipagem rápida, teste, iteração é pelo menos parcialmente culpado nesse processo. Embora nunca tenha sido criado para substituir o planejamento estratégico nas organizações, ele despertou o interesse das empresas sob a pressão de transformar novos produtos o mais rápido possível, isso gerou o resultado de uma cornucópia de gadgets (engenhocas) destinada a ficarem em aterro sanitário depois que as luzes do Consumer Electronis Show (maior feira anual de produtos tecnológicos do mundo) diminuiu sua relevância permanentemente.

A abordagem interdisciplinar e o foco no cliente do Design Thinking sejam mais valiosos do que nunca ela precisa ser reforçado como um pensamento crítico sobre os impactos comerciais, sociais e ambientais a longo prazo, principalmente para outras áreas que se apropriam do pensamento e metodologia do design e não sabem usar a ferramenta com a consciência e plenitude que um designer aprende. Se você está criando um produto que permite que as pessoas manipulem a forma como percebemos o mundo, por exemplo, como você de uma forma que forneça transparência absoluta para que os usuários reconheçam o que é real do que não é? Se você está projetando uma nova tecnologia agrícola, como evitar o reforço do consumismo de curto prazo que está no centro de tantos problemas ambientais?


Nova metologia: Desenvolva as melhorias práticas, mas defenda uma bandeira

Nós não somos os primeiros a despertar a necessidade de pensar mais profundamente sobre o impacto de nosso trabalho. A responsabilidade social corporativa, tripla linha de base e valor compartilhado são praticas que estão ganhando atenção com todos os tipos de grandes organizações declarando seu compromisso de criar um impacto social positivo e sustentável. Na prática sem essas ferramentas e investimentos para transformar discurso mindshare (consciência pública relativa a um fenômeno) em ação, esse compromisso é um discurso vazio e não é suficiente. Iniciativas como o Design Concordante, Design Circular e Design Inclusivo são passos na direção certa para construir práticas de design centrada no ser humano abordando a realidade do nosso mundo interconectando o que a Fundação Ellen Macathur chama de Economia Circular. Os designers estão bem posicionados para liderar essa evolução, tendo garantido um lugar ainda que tímido nas mesas de negociações, temos influenciado as conversas com as partes interessadas como líderes de negócios, cientistas, profissionais de marketing, ambientalistas. Nosso treinamento em pesquisa e empatia pode ajudar a reconciliar prioridades divergentes. Somos bons em resolver desafios complexos e reformular problemas pela nossa própria formação e metodologia, e abordagem de informação e conhecimento. Acima de tudo, não estamos nos gabando ou vangloriando, mas somos mestres capazes de criar ferramentas que ajudam pessoas com diferentes origens, opiniões, ideias e prioridades a alinharem em grandes soluções comuns e conceitos intangíveis.

O festival da Fast Company Innovation deixou claro aos líderes que o pensamento inovador é o compromisso de construir um futuro melhor de novo declaradamente depende de nossas ações como representantes. Essas escolhas no entanto são difíceis para fazer o que é certo, em vez de apenas dizer que eram poucas as escolhas ou estavam distantes e esquecer que elas existem. Sobre nós, como designers individualistas atendendo as industrias, temos que ampliar nossa perspectiva de desenvolvendo e fomentar cronogramas, ferramentas, metodologias e soluções para permanecer na vanguarda da mudança positiva. Temos que fazer mais e mais rápido, protipando o futuro desejável mesmo que incerto.

Fonte: Artecfact

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