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ONDE SE ESCONDE O DESIGNER? DESIGN A PROFISSÃO DO FUTURO?

No mundo dos negócios voga que o design é fundamental para qualquer negócio, mas onde ele se esconde?




Nos últimos tempos vemos uma série de programas, instituições, universidades, blogs, sites, cursos, prêmios, concursos, falando sobre design e sua importância para o mundo corporativo, como forma de atrair atenção com novos conceitos, novidades, tendências, e cenários futuros. Mas onde está presente realmente o design?

O DESIGN: DO ESTRELISMO AO SURREALISMO

O design ganhou bastante destaque nos últimos 20 anos principalmente impulsionada pela Apple, quando Steve Jobs retorna a Apple para salvar a companhia da falência. Assim, timidamente o design começou a ter uma notoriedade no mundo e ficou evidente que os produtos precisavam cada vez mais ter design no sentido de atender as funcionalidades e atributos do produto com apelo visual que os identifica-se como algo novo, inspirador e inovador. No início dos anos 2000 tudo era fantástico, novos produtos, novas tecnologias, novos conceitos. 

Assim o design aos poucos começou a ser percebido ao grande público, não era mais o meio incógnito e a incólume profissão de apenas fazer as coisas acontecerem, desenvolver novos produtos era para ser realmente atraentes, e passou a viralizar como moda. Então  o design passou a ser considerado sexy, tudo tinha que ser estético,  e passou a ser considerado sinônimo de beleza. Não mais, aproveitando a onda, muitos outras profissões e lugares que nem sabiam o que era esse tal de "dizain" acabaram associando tudo como a nova fórmula de venda. Afinal Philip Kotler disse que era fundamental usar o design nos negócios e assim todo mundo achou bonito colocar a palavra design literalmente como sinônimo de estética e inovação. Surgiram então móveis design, hair design, design de sobrancelhas, design de interiores, lingerie design, e assim por diante.

Outro fenômeno surreal que tornou esta área do conhecimento de forma ainda mais pejorativa foram as pessoas que se intitularam como designers vendendo moda, artes plásticas e engenharia. Virou uma bagunça total! As pessoas não tem noção clara que um designer faz, mas associam o design apenas como beleza estética, como se o designer fosse apenas um mero decorador de objetos, ou pior, como um cara meio fora da realidade, um hipster que vive sua vida para enfeitar coisas.




Sim, vive para enfeitar objetos. o designer é o carinha meio nerd, meio hippie, meio visionário, meio empreendedor, meio esotérico que vive montado em cima de um computador criando objetos aleatoriamente e que deve dominar um monte de programas, conhecer todos os tipos de processo de fabricação, saber falar várias, línguas, ter bom relacionamento interpessoal e é claro: ter boa aparência e ser pró-ativo para atender os desejos e necessidades através de produtos.


O DESIGNER: O MARGINAL DE ILUSÕES

Todo o conceito, a atmosfera, a áurea que circunda o design é místico, é fantástico é empolgante, é excepcional. É isso que vendem os negócios, mas também as instituições de ensino, as universidades, os cursos, os sites, os prêmios os concursos, enfim todo esse contexto que faz o cara que tinha apenas o sonho de criar algo, se dar bem na vida fazendo ou vendendo algo, acaba comprando a ilusão que o design será a solução para os problemas futuros e do mundo: O designer é um pescador de ilusões. 

Quem não gostaria de trabalhar em algo importante, que faça a diferença no mundo, que seja um lugar inovador, que faça com que mude o estilo de vida das pessoas, das coisas como são feitas, de como podemos ser no futuro. É isso que as universidades vendem: Você será o mais novo designer (peão) da Apple, da 3M, da Volkswagen, da Gorenje, da Philips, da Nike tudo isso sobrepujado por designers famosos da atualidade como Philippe Starck, Karim Rashid, Irmãos Campana, Jonathan Ive, Luigi Colani, Dieter Rams e tantos outros que você será tão importante quanto eles. 




Acontece que o designer é o marginal. É o cara que gosta de quebrar as regras, que quer mudar o jogo no meio do jogo, que não faz o que lhe pedem, não está nem aí para o que os outros dizem esse é o cara maloqueiro, como sempre disse um professor de filosofia da PUCPR (Haroldo Osmar de Paula Júnior) é o ser que se questiona o porque das coisas e porque elas são assim e porque deveriam ainda estar assim. Esse indivíduo flerta com a arte, filosofia, ciência e religião sem fazer distinções fazendo rupturas de pensamentos, de formas de enxergar o mundo, e criando novas realidades. Esse cara não tem entendimento aprofundado como de um matemático, um físico nuclear, um astrofísico ou de um gênio das ciências como Albert Einstein, Stephen Hawking ou Carl Sagan, mas pode vislumbrar mundos diferentes tanto quanto eles. Como dizia Einstein:" A imaginação é mais importante que o conhecimento."




Então as universidades formam peões que servem para manter a engrenagem dos tempos modernos girando. Com conhecimento limitado, imaginação engessada, e principalmente falta de conhecimento prático os designers de verdade assim como acontece com outras profissões são uma agulha no palheiro. Onde se esconde o designer? 

São os mesmos visionários que desistiram de ver o mundo com o mesmo olhos que tinham como antes. Muitos deixam de serem designers devido as grandes exigências da profissão - como por exemplo dominar todos softwares de modelagem e vetorial, saber processos de fabricação, compreender dinâmica dos materiais e fluídos, ter noção de engenharias, falar as mais variadas línguas, além de tudo isso, virar noites terminando trabalhos para ganhar um salário medíocre, que qualquer outra profissão sem muito estudo tem muito mais valor e recompensa financeira, tudo isso para você dizer e se orgulhar em dizer que ama do que gosta fazer e continuar seguindo em frente nesta loucura esquizofrênica de um ideal inatingível - e assim muitos caem na realidade e desistem de seus ideias e sonhos para viverem  em um mundo onde a segurança e equilíbrio financeiro sejam mais libertadores do que viver de ilusões.

O design é visto como promissor para o futuro, dito isso por grandes nomes como: Philip Kotler, Peter Drucker, Jonh Meda, Michio Kaku, Freeman Dyson, Mitchell Joachim, Donald Norman, Guy Kawasaki, Tim Brown, David Kelley e tantos outros, mas a mais de 30 anos vendem essa ideia que o design será essencial para o mundo e as organizações e até hoje não vemos grande evolução no que diz respeito que o design esteja realmente fazendo diferença no mundo. Em algumas partes sim, mas são pontuais e restritas.




Está na hora de pararmos de achar que o design será essencial para o futuro, pois ele chegou e nada, absolutamente nada mudou. As empresas só contratam designers porque não tem noção nenhuma para fazer produtos, e as poucas empresas que contratam são multinacionais. Não, você não vai trabalhar em uma multinacional, você será o responsável pelo faz tudo em uma pequena ou micro empresa em sua cidade local. Não, você não vai aplicar todo seu conhecimento e capacidade de solucionar problemas para resolver a vida das pessoas, você vai fazer o que o cliente pede com o recurso limitado de orçamento que ele exigiu e você vai vender a solução mais porca e mais barata para atender o que ele quer e atender exclusivamente a interesses financeiros, afinal, você precisa estar com as contas em dia, certo?



LENDO OS SINAIS 

Pelo que vemos o que acontece no mundo o interesse pelo design decaiu, principalmente pelo fato de a crise de 2008 ter levado muito do interesse das empresas embora, e desde então, não é uma área essencial nas organizações, é uma área que a mais de 80 anos vem engatinhando para conseguir conquistar seu espaço. Está mais para um intruso entre o meio da administração, financeiro, marketing e vendas a engenharia e produção. Segundo o que falam os renomados especialistas em design, a profissão vai se tornar crescente e ganhar destaque no mundo por volta de 2025. Ora, é sempre num futuro a médio prazo que as coisas parecem que vão acontecer, porém, não é isso que ocontece na realidade.




O design além de ser deturpado por outras áreas que se apropriaram como fator de beleza, existem outras ameaças reais que é a desindustrialização em vários lugares do mundo, a explosão de empresas vendendo design de serviços e que não são designers, as novas tecnologias que estão empurrando as competências de designer cada vez mais para baixo, uma vez que, cada vez que os softwares ficarem mais simples e rápidos qualquer indivíduo, até uma criança, conseguirá desenvolver o que ela quiser. Isso fará com que o designer seja cada vez mais especializado em áreas que as máquinas não tem propriedade alguma: Ideias, imaginação, conceitos, paradigmas e abstração. 

As universidades além de ensino deficitário, pobre em recursos físicos e intelectuais, criam demandas irreais assim como outros cursos onde formam especialistas em "merda nenhuma", pois o mercado não absorve em nada o contingente de graduados e especialistas todos os anos. Os designers são almas vagantes desesperados a espera de uma oportunidade que possam aplicar o seu limitado conhecimento para expandi-lo. Parece que é mais importante as instituições de ensino é vender uma vaga para universidade do que realmente querer ajudar a formar profissionais competentes e conscientes do seu papel na sociedade.

Com advento da inteligência artificial até jornalistas, escritores, redatores já não são necessários para escrever peças, romances, livros, filmes. Inclusive você já deve ter assistido algum filme, seriado, programa onde todo ele foi feito por uma inteligencia artificial e você nem sequer pensou que tudo isso foi elaborado por uma máquina. Talvez no futuro existam até programas que permitam automaticamente projetar produtos e peças, mas nunca terá a grande sacada que é o mais poderoso processador do mundo: Nossas mentes!!!

Muitos desistem de ser designer devido aos baixos salários, a falta de oportunidades, e também as exigências requeridas que são surreais, e trabalhos exaustivos e frustantes. Se você acha que ser designer é apenas fazer coisas fabulosas, esqueça. Você nunca fará coisas verdadeiramente inovadoras e transformadoras,  é  das coisas simples que você tem que extrair verdadeiramente o que é ser design: "Um mero projetista que melhora a comunicação  e as relações de interação humana entre o homem e o objeto. "

Para aqueles que de algum modo deixaram o design - uma carreira etérea, onde o reconhecimento e a magia do design só é percebido para quem vive neste mundo de ilusões - estão plenamente realizados e satisfeitos por seguirem a viver sua vida mundana, de forma trivial, mas tendo condições de usufruir o que a vida tem de melhor, através dos quais os loucos e esquizofrênicos designers criam para atender e satisfazer suas necessidades e seus desejos.













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