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O DESIGN ESTÁ SENDO PINCHADO NO MUNDO DOS NEGÓCIOS

Como o Design e o Funil de Baxter estão sendo pinchados como ultrapassados pelos novos modelos de negócios que estão utilizando design


O Design está  sendo tratado com desprezo



Queridinho da mídia em geral, exclusivamente por administradores, arquitetos, publicitários e engenheiros que acharam "cool" usar o termo como uma nova fronteira do conhecimento sobre seus empreendimentos e a libertação para seus negócios, mal sabem eles que a metodologia do Design Thinking faz parte da formação base de qualquer designer.

Desde que a moda do Design Thinking surgiu como a solução para empresas se tornarem inovadoras, impulsionada pelos papa da Administração e Marketing - Peter Drucker e Philip Kotler o conceito tornou-se a grande coqueluche em todo mundo. O termo design tornou-se "pejorativo" afinal tudo agora tem "designer" e tudo mundo se acha "design" (SIC).

Uma das empresas de design que mais se beneficiaram desse onda foi a IDEO, expandindo o conceito do design para todos os cantos e levando  definitivamente o design para as empresas e qualquer tipo de organização. Contudo, faz algum tempo que algumas pessoas vem questionando o modo de como os designers abordam a solução de problemas. Não que isso seja ruim, porém é uma antítese, digamos, deturpada da metodologia.

Assim como  Futures Thinking e o chamado Lateral Thinking  parecem soluções mais elegante ou aprimoradas de apresentar uma abordagem a um mesmo problema. A questão é que ambas definem que afunilar o problema não é a melhor abordagem para os novos modelos de negócios, como se a metologia do design fosse uma suposição que imediatamente deve responder como "a melhor resposta" para o problema - como se isso fosse um problema de resposta óbvia e lógica que tivesse apenas um único caminho.

A ideia de  Edward de Bono psicólogo de Oxford que cunhou o termo Lateral Thinking (Pensamento Lateral)  em 1967 vem ganhando adeptos assim como o Futures Thinking que envolvem descartar o óbvio e deixar para trás modelos tradicionais de pensamento jogando fora todos os preconceitos.




Jogando a metodologia no lixo


Qualquer designer sabe que um dos um princípios de desenvolvimento de produtos está relacionado com o Funil de Decisões de Mike Baxter, onde são reconhecidos todos os parâmetros para resolver um problema através do funil de decisões. O fato é que no mundo onde temos múltiplas possibilidades, devemos apontar um foco para construir a resolução do problema, senão acaba-se perdendo o caminho e vagando em múltiplas soluções e não respondendo efetivamente ao problema - e isso parece que vem sendo ignorado.



Estão  tentando vender que o pensamento de design (Design Thinking) como algo obsoleto, tradicional e conservador. Como se isso não fosse barreira das próprias profissões que se apropriam de um pensamento que nem faz parte do seu trabalho cotidiano.  Na linha de Baxter não significa que o Funil de Decisões é um modelo fechado e lógico e que  não possa rompe com as regras, ou ser disruptivo e inovador. Simplesmente estamos adequando a uma estratégia a um produto. No Funil de Decisões surgem várias spin-off (derivações) que podem ser aproveitadas e se transformar em novas resposta para um problema frente aos produtos. Porém, ignoram que as spin-off são novas estratégias que devem ser abordadas dando um novo direcionamento aos produtos. Afinal, tudo parte da mesma premissa - o problema - e as outras respostas a solução ao mesmo problema requer novas estratégias, e por isso, não devemos colocar tudo como se fosse a mesma coisa.






O mito que Futures Thinking e Lateral Thinking são avanços no campo criativo


Não desmerecendo a linha de pensamento dos pesquisadores de ambas correntes, mas elas são apenas derivações do mesmo segmento que vem do Design Thinking - ou seja, a metodologia do design. Esse termo "cool" desenvolvido para ampliar a metodologia do design para outras áreas fez com que o no mundo criativo tornou-se tão evidência, até surgindo uma nova Economia de Mercado: a tal chamada Economia Criativa, onde o que está em voga é a arte de criar.

Quando nos introduzem o conceito que o Lateral Thinking ou Futures Thinking são novos conceitos aprimorados do Design Thinking  podemos observar que eles discorrem sobre o mesmo assunto. A criação! Toda a base criativa está baseada no aprimoramento de desenvolver técnicas e estratégias para observar comportamento humano e atender as sua emoções. 

Quando observamos as novas correntes (Lateral e Futures Thinking) eles discursam que em seus modelos os pressupostos foram quebrados, iniciando uma ruptura e quebrando as regras convencionadas e que o pensamento adotados por eles é o futuro dos negócios de hoje.

Opa! Quebrar pressupostos, ir além dos modelos convencionados, mudar a perspectiva, pensar diferente, não limitar-se a preconceitos (conceitos estabelecidos), expandir a mente, mergulhar fundo nas possibilidades, derivar sobre novas fronteiras, retornar para o começo para projetar o futuro...tudo isso é familiar, porque isso é parte essencial do Design.

Percebe- que ao final de contas não há nada de novo?
Para as pessoas que não estão familiarizadas com o mundo do design tudo isso pode parecer "extraordinário", "inovador", "mainstream" (corrente dominante) - mas não deixam de ser novos rótulos para os mesmos "enlatados"(conceitos).




No mundo dos negócios sempre vai aparecer alguém com "algo inovador"

Parece clichê, mas sempre vai aparecer alguém com um best-seller, um renomado professor de uma universidade importante, um guru dos negócios com uma metodologia ou algo inovador e tentar disseminar que este é o novo modelo padrão dos negócios. Isso acontece em todos os lugares e negócios também não é diferente. 


Os designers estão sempre atentos e questionando tudo o que acontece em sua volta, e por isso percebemos, observamos e devemos sempre refletir o que acontece no agora e o que está tendenciando para o futuro. A chave é investir em conhecimento que não seja apenas mais do mesmo, travestidos com um nova roupagem.

Cada vez mais no mundo dos negócios a questão crucial para a maioria dos empreendedores não é se seus negócios sofrerão com uma disruptura, mas quando e que impacto isso terá e quão fortes serão para sobreviver. Esses movimentos acontecem o tempo todo desde a Revolução Industrial. A tecnologia  vem nos permitindo dar esses "saltos de fé" (enxergar, além do óbvio) cada vez mais rápido e criar novas oportunidades.


Pensem e vejam quantas coisas foram criadas em apenas em poucos anos que nunca imaginamos que poderiam existir? E tudo isso tem haver essencialmente com o Design.

O design vem se tornando cada vez mais o "meio" para transformar as organizações, a sociedade e o futuro. Não é a toa que o design tem tido um papel relevante para transformar o mundo. Porém, muitos ainda tem uma visão  pequena que design é para empresas grandes, que serve para embelezar, ou apenas criar produtos novos, como um "fim". O design vai além de projeto, concepção e execução é uma maneira inteligente e estratégica para abordar os mais diversos problemas.

Não é a toa que o Futures Thinking como já havíamos abordado parece ser uma linha que tenta suprimir a essência do design parecendo algo antiquado, enquanto seu modelo parece ser algo mais aberto e inovador. Então surge a Lateral Thiking como se  o "pensamento lateral fosse o caminho de um processo mais aperfeiçoado intuitivamente usando insights para gerar inovação." E até mesmo o Divergent Thinking como algo gerador de múltiplas ideias. Tratam eles da mesma coisa. A metodologia do design é flexível e estão apenas pinçando conceitos dentro da metodologia como se fosse algo único, inimaginável, revolucionário e inovador.

O fato é que para os negócios, os líderes sem conhecimento claro sobre as estratégias e vantagens que o design pode proporcionar, não tem como romper as barreira  e ter o discernimento de questionar suas implicações, e acabam "comprando"  a "salvação" do seu negócio com artifícios novos que já são existentes e bem conhecidos, difundidos pelas práticas no mercado como algo transformador. Isso é o famoso gato por lebre. Nós como designers devemos ajudar o cliente no sentido de não perpetuar esses modelos recorrentes como algo "milagroso", porque de fato não é, isso e parte inerente da metodologia e filosofia do design e portanto não refletem nada de extraordinariamente novo.

Imensas oportunidade surgem o tempo todo, e para resolver os novos paradigmas que existem no mundo por um bom (e talvez longo) tempo o Design ainda será a melhor solução a ser percorrida.

"Menos é mais."
Dieter Rams

FONTE ADAPTADA:O Futuro das Coisas







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