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FÓRUM DE CARREIRAS PUCPR - TALK SHOW MORONGO - MORMAII




O Morongo é além de um apelido, uma marca. Um estilo de vida. E poucas coisas valem tanto, atualmente, quanto uma identidade bem definida. Principalmente nos negócios. Ele também tem palestrado país afora para contar a plateias de executivos engravatados como se transformou em um integrante do pequeno e desejável grupo dos que não se prendem à obviedade. Daqueles que saem da curva. 

Quem é o Morongo? - Marco Aurélio Raymundo: "Somos fruto de um contingente, eu sou parte de um processo evolutivo de tudo isso". As pessoas quando vão empreender elas acham que isso é um processo muito consciente, nós não somos apenas fruto da nossa educação, somos também um processo de nossos problemas. Abílio Diniz confessou que certa vez quando era criança sofria de bullying aquilo fez com que ele ganhasse forças e enfrentasse seus medos e essas coisas lhe direcionaram para atingir seus objetivos.  Temos que enfrentar com coragem nossos medos."

Confessou que pela primeira vez que ele veio de uma família com condições financeiras boas até se mudarem para o Rio Grande do Sul, onde tudo mudou. De onde ele saiu não conhecia a distinção de classe social e se deparou na escola com essa questão de as crianças da escola esnobarem que  pai tinha um carro melhor que o outro, ou tenho a melhor roupa que outro, tenho a melhor casa que a sua, coisas assim, e a partir daquele momento começou a sentir pena das pessoas.

Acredita que não sabe se é uma energia astrológica, psicológica, mas o mais importante é ir trabalhar com algo que tenha muito entusiasmo. "Entusiasmos vem do grego en: si e theos: Deus, ou seja, você está em Deus, você é uma pessoa feliz está seguindo sua trilha; seu caminho, se você sai fora dele você vai continuar levando paulada". Temos que fazer o que gostamos e você conseguirá encontrar esse caminho, basta você descobrir. "As vezes, as coisas parecem certas, elas podem ser o caminho errado. A vida é pura magia. A gente tem que aproveitar o que a vida proporciona, pois ela é limitada, temos que descobrir nossa trilha, o que gostamos de fazer, alguns deixarão o seu legado".



Para ele não existe caminho certo, com ou sem recursos, cada um tem um caminho diferente, o que existe para ele é a coragem para seguir o seu caminho. "Na vida as vezes pode parecer tudo uma desgraça, então aproveite para fazer dos limões a limonada. Quando comecei meu negócio na beira da praia, sem água, sem luz, sem telefone, sem nada. Hoje está em mais de 70 países do mundo, se você quer, e é realmente isso que deseja, então, vá atrás do seu caminho."

· Uma das maiores inseguranças de empreender é não ter aporte financeiro, como você (Morongo) se saiu no início?

"O bacana da vida é ter experiências diferentes. Você quer saber se eu tinha grana...bem...eu nasci fazendo coisas para os amigos. Fiz roupas para um colega, e depois ele me pediu para fazer dez." - isso era loucura, eu fazia tudo a mão e colado - "Depois ele me pediu para fazer 50, não tinha como eu fazer manualmente, eu fazia as roupas como hobbie tive que mandar uma empresa do Rio Grande (do Sul) fazer para mim. Quer saber quanto de dinheiro eu peguei do BNDES? Zero!!! Eu não tinha nota fiscal, não tinha nada, a maioria das empresas surgem na treta."



Para Morongo você tem que fazer sua história, você tem que fazer o que quer ser, o que lhe motiva a sua ação. "Na psicologia são chamadas de: As três coisas - O poder de chefiar as pessoas, isso pode ser uma coisa boa ou ruim. A outra é o cara que quer ter motivações  materiais, isso pode ser uma coisa boa, o melhor seria fazer coisas para os outros  e sair da ganância, avareza. Hoje estamos na ambição de ter coisas; vocês conhecem esse cara - Nietzsche? Ele diz: 'Gostamos mais do gostar do que da coisa que gostamos?' '' - e finalizando - "E o último nível  é você querer uma irmandade, um grupo de pessoas, e poder compartilhar. Esse é o ponto mais legal. Se você quiser isso pode ser bom ou ruim. Só não pode virar como um seita. Tipo aquelas seitas  suicidas... isso é muito ruim." 

Ainda comenta que para um empreendedor ele deve estar atento a nova fase que ele chama de: Atenção. Onde o universo está tudo interligado em que  Carl Iung o chama de Consciente Coletivo. "Nós hoje somos interligados pela internet. Se você tiver atento você consegue ler os sinais." Cita que os xamãs faziam com que  seus discípulos encontrassem a pessoa mais tirana, mais irritante e mais aterrorizadora para elas para poderem conviver durante um ano com elas para aprenderem a manter a atenção. "É como os xamãs, você vai ver o sinais do mercado. Eu comecei a fazer roupa para surfista, porque eu tinha frio, e iniciei no começo do auge do surf." 

"Se sua atenção for impecável, você não desiste. O universo vai te mandar a seguir os planos, vai continuar a trilhar e você vai ver."

A mente muito criativa faz você ter muitos projetos e pensar em muitas coisas diferentes. Existem as mentes abrangentes e pouco abrangentes. As mentes mais abrangentes são geralmente considerados loucos. Eu escapei da loucura por pouco - exemplifica Morongo.

"Estou atento a tudo. uma coisa que digo para vocês que querem empreender é atenção. Isso é muito importante você começa a ligar as coisas e ver uma saída. Se não começou logo, então dançou."

Marco Aurélio ainda diz que nesse processo ninguém chega no final sem errar, quem diz que nunca passou por erros está mentindo, ele inclusive cita que já fez muitas coisas erradas durante sua trajetória. "Errar é humano, persistir no erro é desumano. Isso (os erros) é para você aprender, por isso você sente a dor durante o processo, a dor é um processo natural que avisa que está fazendo algo errado."

Outra vantagem que para Morongo é crucial é saber enfrentar seus medos. "Eu quando era criança tinha medo de altura, olhar assim de cima de um prédio, nossa! Eu comecei a fazer saltos ornamentais para superar meu medo e fui campeão dessa modalidade. Eu também tinha medo de onda e virei surfista." Para ele, a coragem não precisa ser um louco, mas sim testar seus limites e superar seus medos. Ser persistente é o universo que tem a resiliência para você se tornar um vencedor.

Mudando  um pouco de assunto, perguntam-lhe se ele se sente feliz o tempo inteiro. Já que conseguiu conquistar tudo que almejava. Ele responde que ninguém  é feliz o tempo inteiro, ele tem ainda muita dor e sofrimento. Com uma linguagem bem coloquial ele diz:  "Vá à merda. Tá loco? Não rola, as pessoas tem que passar por tudo, isso é vida. Não há vida sem dor. Como você vai saber se é feliz se nunca sentiu dor? Não sabe se é claro ou escuro?. A vida é cheio de altos e baixos, os contrastes, esse é o melhor conselho de sua vida é sua morte. Saber que vai viver um tempo limitado faz você viver de forma maravilhosa."

Outra questão levantada é que na medicina você lida com o que há de mais triste da vida, que é a dor. Ninguém busca um médico porque está feliz. Se o médico for muito sensível dessa arapuca os pacientes vão lhe sugar toda sua energia, porque você convive direto com o desespero, isso sim é pesado muito difícil. "Ser médico tem que ter uma energia acima da média. Ao mesmo tempo é uma coisa mais maravilhosa, se não fossem os médicos o cara que quebrou o braço ficaria daquele jeito para sempre, com dor, podendo pegar infecção e morrer. Ele é um anjo, ele resolve e está tudo numa boa de novo". Quando ele ainda era médico atendia aos pacientes ficava 72h direto trabalhando e de tão fraco achavam que ele estava doente, resolveu fugir arrastado de lá, nessa época a Mormaii estava já começando a emparelhar com o salário que  ganhava e acabou largando a medicina para se dedicar a marca.

"Tudo que você fizer que não é somente para você, ela te dará algumas alegrias. Todas as profissões tem seu lado bom ou ruim. Nunca vai ter lanchinho de graça!"

· Qual foi a hora da verdade em que você decidiu largar a medicina para seguir sua trilha?

"Eu era o único médico da área." Enfatiza. Disse que com o crescimento do turismo no lugar foram aparecendo alguns colegas que gostavam de surfar e em paralelo fazia as roupas como hobbie como sua fonte de lazer, já que na época o lugar era distante, não havia muita coisa para fazer. O seu lazer então era ir para o mar, com a galera, e viu que esse negócio que fazia como hobbie estava crescendo e ficando interessante, e largou a medicina, pois esse foi seu momento da virada. "Eu tinha curiosidade. A curiosidade, nós temos que matar esse bicho."

Durante esses quase 40 anos da Mormaii já teve vários colaboradores e funcionários e se orgulha de ter tido apenas seis processos trabalhistas. "Todo mundo trabalha na mesma vibe." Disse que sua jogada não é mais ter fábricas. A fábrica onde fazia roupas de neoprene acabou doando. "Agora só trabalho com brand, os funcionários com mais de 15 anos viraram donos do meu negócio, eles tem a agência SNX e gerenciam toda a parte de comunicação da Mormaii. A Mormaii Shop é de outra funcionária quem cuida e trabalha com esse negócio."

"Tudo o que eu tinha dei à essas pessoas, e cada vez mais estou me desapegando. Estou me preparando para morrer." - ironizou o seu discurso.












"A motivação nos leva uma série de necessidades, até passar frio me fez fazer roupas de borracha. As vezes você vai errar, as vezes você vai acertar." Acredita que a perseverança é fundamental, quando ainda não tinha conhecimento algum para gerir a empresa. 

"Tem uma regrinha básica para vocês saberem se vão se dar bem." Pateng (sic) que  criou o yoga, ele nos deixou as quatro coisas: 

1. Pratique a verdade - a verdade é conhecer você mesmo, não enganar aquilo que você prometeu, faça aquilo que você disse que sabia fazer.
2. Pratique a pacificidade - resolva suas tretas pacificamente. Não queira prejudicar os outros, a pacificidade é poderosa.
3. Pratique a não ganância - não é para si, mas para nós. A humanidade. Nada é feito para mim e sim para todos. Nós estamos transformando o mundo em  e ele será um ser biocibernético. 

Certa vez ouvi um cara, dono de uma empresa, que perguntou em um evento para a plateia como fazer para que seus funcionários poderiam deixar de usar o celular no trabalho. Ele não tem uma visão mais ampla, no futuro você terá seu celular acoplado no seu braço no seu cérebro. Seremos cibernéticos, não adianta querer impedir as coisas como elas são naturalmente. Ele foi ganancioso e controlador, ao invés de deixar as coisas fluírem.

4. Pratique a não promiscuidade - Não faça nada sem receber um retorno. Não fez cheque tá pedindo para se ferrar. Se não tem cobrança as coisas não andam.

"Com isso você tem 80% de se dar bem!!!" ressalta Morongo. Disse que teve várias escolhas na vida, e uma delas que o mais marcou foi quando se separou da sua primeira esposa, deixando todos os bem com ela exceto sua empresa. "Ainda bem que naquela época que a empresa não era como hoje eu resolvi ficar com aquela marquinha." Existem muitas escolhas cheias de confusões. Uma delas foi um movimento libertador no qual ele participou que foi o movimento Powerflowers - ou movimento Hippie, que tinha um discurso muito forte em uma época que tudo era metódico e perigosos para humanidade. "Nós contestamos uma visão de mundo que poderia nos destruir.  Já as corporações existiam muita rigidez no trabalho."

Resumindo disse que sua empresa é de um movimento dos surfistas derivados dos ripangos, (hippies) o que fez depois a adaptação do mundo yang que é uma tentativa de acabar com que ele chamou de "Mim chefe. Mim coitadinho." - referenciando a distinção de controle hierárquico entre o chefe e o subordinado. "Ninguém quer ser mais o, mim coitadinho." Na sua empresa utilizando elementos do taoismo, disse sua empresa é muito mais yin, mais colaborativo, tem mais mulheres trabalhando dentro da estrutura, porque elas naturalmente são mais cooperativas que os homens e deverão ganhar cada vez mais espaço na sociedade.
Define que as gerações passadas ainda tem um mundo com uma gap (falha) em que ficam para atrás no conceito de mundo não evoluem e se acabam.

"As empresas devem compartilhar com as  geração um novo modelo de mundo. Não rola. É outra cabeça, outro ambiente. Tudo é novo e rápido. Quem não se adapta ao novo tempo não acompanha essa nova galera mais flexível." (Na MormaiI) "As pessoas querem mais liberdade, mas mais liberdade tem que ter mais responsabilidade. Liberdade sem responsabilidade é libertinagem. Essa liberdade de poder parar o trabalho e pegar as ondas que estão dropando somente naquele momento único, e depois terminar o que tem que fazer no dia, ou então sair mais cedo para ir almoçar com a sua mãe" - "As pessoas presam por isso. Fazer o que quer fazer, mas com qualidade de vida. Quando a pessoa não se encaixa nesse processo puxado, ela pede para sair e não aguenta. O negócio é muito orgânico."

Fala que sua flexibilidade normal vem em em sua curiosidade de querer começar a entender as coisas e a entender o ser humano. "Tudo isso me ajuda, sem dúvida. O que você deve ter em mente é que administrar uma empresa é administrar pessoas, eu aprendi todas de todas as formas, visuais, cinestésicos, antropológico, psicológico, filosófico, para conhecer as pessoas que é importantíssimo."

Ironiza dizendo que se você entender as pessoas, é preciso compará-las a uma cebola. "O ser humano é uma cebola. Ele é feito de camadas e no final se fecha." referindo-se aos aspectos emocionais humanos.

"Quando você aprende, você incorpora uma coisa que já tem e mais uma coisa nova surge. Para dar esses saltos é preciso entender toda a história humana. Existem os oito níveis para entender um pouco o ser humano. Quando nós eramos coletores, nós só sabíamos catar frutinhas, esse é o nível um. O segundo, aprendemos a dominar agricultura e formar as primeiras  sociedades. No nosso mundo ainda hoje estamos nesses níveis: Os mendigos, os lixeiros, são o nível um. No nível dois temos as tribos, como as torcidas organizadas de times, por exemplo. O nível três é o egocentrismo, eu sou o chefe, eu sou o poderoso, eu sei fazer isso, eu sou a rainha de destaque do carnaval. Depois surgiu o nível quatro: O divino, a figura de Deus. Algo que está acima de nós, o universo. No iluminismo surgiu o nível cinco: A ciência que contestava a igreja. Mais adiante surgiu um novo tipo de gente, que contestava a ciência que prejudica o ser  humanos e seu ambiente com alguns de seus avanços como a bomba atômica, que são os hippies um movimento então o democrata."


- Na equipe de moda da Mormaii agente busca esses lines para criar as peças. O nível 1 é a mulher que quer andar com a calça rasgada, coisas descoladas. O nível 2 é o cara mais tribal com símbolos e signos para sentir parte de um grupo seleto. Já o nível 3 ele precisa de símbolos como escudos, insignias militares, elementos de representação como a igreja, no nível 4 eu sou exclusivo, quero ser o único tenho uma camisa de com um bordado especial, algo assim, e nível. No nível 5 é que chamamos de Prêt-à-porter é um estilo mais industrializado pós guerra e o nível 6 é o estilo surfão, mais leve e solto. Mas existe um problema. Até esse nível nenhum deles se dão bem entre si, não se gostam muito, e jamais se aceitaram uns com os outros. 

"O nível 7 integra tudo, são os criativos."

Numa empresa o nível 1 é a mulher que serve o cafezinho. nível 2 é a produção. nível 3 é o chefe de produção. O nível 4 é a ordem superior, o Leão (dona Dilma). O nível 5 é a rotina do escritório, a burocracia. O nível 6 são as pessoas que vendem. E o nível 7 é o departamento de arte e criação. "Eu estou no nível 8: Brand."

"Se você não sabe tudo isso, você coloca um cara errado na criação vai ser um inferno, porque ele deveria estar em outro nível porque ele é um cara egóico, por exemplo. Você tem que saber escolher as pessoas de níveis diferentes senão elas vão acabar fazendo tremendas confusões. Se não consegue entender essas pessoas; é claro que administrar (as pessoas) ficará mais difícil."

"Se você não se conhecer como pessoa, como vai atender as outras pessoas? Essa é a mensagem que ele deixa para os que querem empreender."

"Tudo que você faz tem que ser congruente. Não adianta fazer uma coisa e pensar em outra. A Mormaii foi criada para desenvolver minha auto-consciência. Nosso olho não enxerga melhor que uma águia, ou temos garras como de uma onça, uma pantera. O que a gente tem de melhor é nossa vida e nossa inteligência. O projeto, Deus, o cosmos, como prefiram... é termos esses saltos quânticos em nosso nível de consciência. O Peter James fala que é a coisa mais complicada de explicar o que é o nosso nível de consciência"

"Mormaii é mor - de amor e maii de mais , mais amor essa é nossa essência. Amém."


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