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JULIANA BUSO E O CENTRO DE DESIGN DO IF DESIGN AWARD & DESIGN HOJE: FERNANDO BINI E CONVIDADOS - CHARNEIRA 2011





Nesta sexta (07/10/2011) tivemos o último dia da Charneira 2011- Nós com eles/Nós sem eles.




PRÊMIO IF - CENTRO DE DESIGN

A palestra proferida por Juliana Buso mostra sua atuação dentro do Centro de Design Paraná que atua em âmbito nacional como prestadora de serviços de desenvolvimento para indústria ao governo federal. Como coordena o design dentro do centro como ferramenta de estratégia para a indústria - explica Juliana Boso - diz que o Brasil se tornou realmente o centro das intenções internacionais. "No centro  de design não tem rotina diferente do escritório de design". Ainda comenta que o centro foi o primeiro a orientar as necessidades da indústria em âmbito nacional, a área utiliza metodologia da Dansk Design Center em classificar as empresas em quatro níveis que eles chamam de degraus: 1. Degrau: São empresas que não tem design, e não sabem o que é design. No 2.Degrau: São empresas que utilizam do design como estilo, para simplesmente vender produtos. 3. Degrau: São empresas que utilizam o design como processo. 4. Degrau: São empresas que utilizam o design como ferramenta estratégica de gestão.

"No Brasil temos grandes marcas globais que não são tão conhecidas no Brasil e em partes do mundo." - Juliana Boso.


O trabalho realizado pelo Centro de Design é feito a partir de demandas que são solicitadas pelo governo, muitas vezes ficando limitados pela escassez de verbas e recursos destinados ao programa, por isso o projeto  Design Excellence Brasil é único que conseguimos suportar, completa. Também fala que o núcleo de estudos do centro é voltado as ações governamentais, não são concorrentes de studios e escritórios de design formal. Fazem a promoção do design através da educação ao Sebrae e cursos ao pequenos e médios empresários na Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná).  

O que é o design para o Centro de Design Paraná?

Os empresários ainda não entendem o que é o design, trabalhamos como 'brokers' fazendo o elo de ligação entre o design e o empresariado. Para isso utilizamos o conceito da IC&D, entendemos o design como um conceito que vai regendo sua vida.


DESIGN HOJE

Fechando com chave-de-ouro o debate O Design Hoje com a presença dos estudantes UFES - Universidade Estadual do Espírito Santo - Thiago Dutra e Raisa Paiva que desenvolveram recentemente uma pesquisa acadêmica focada no design da atualidade e o professor, mestre e doutor Fernando Bini.

Segue a sinopse do debate:



Thiago Dutra e Raisa Paiva

A gente desenvolveu a pesquisa sobre o design contemporâneo. Nessa apresentação estamos introduzindo o assunto que não tem relação com o design universal. O design vem sendo uma modalidade, o modelo contemporâneo é embalado com questões mal resolvidas e também não sei de fato se precisam ser resolvidas, mas esse é o melhor momento onde temos liberdade de expressão e pensamente, para questionar qualquer coisa. Contudo eu não sei onde vai dar  esse modelo contemporâneo pesquisado, pois tudo é mutável tudo que você vê no mundo. O homem acredita ingenuamente que é mais contemporâneo que os outros antes dele. Sempre foi assim, e agora é muito mais. Nossa crise de hoje  é o tempo, é difícil hoje fechar alguma coisa. A gente não para repensar o que estamos fazendo, a grosso modo nós (designers) somos inventores, quando nos deparamos  com as crises de tempo temos que ter na mente que é um período passageiro. Identificamos da pesquisa tipos de designer, um deles é o sujeito Soberano produz eu seu modo ao seu gosto. O designer tem que entender para quem produz ele é então o sujeito Iluminista. O sujeito Indivisível, acha que tudo é uma coisa só, ao contrário do sujeito Sociológico fazendo a partir dos contatos que temos influência, e o sujeito Contemporâneo é o modificado e influenciado pelo meio. Temos extensões da identidade hoje que são mais icônicas e lúdica do que realmente elas são sendo até contraditório, isto é todo mundo pega fragmentos de coisas antagônicas e compõem se o indivíduo. Ninguém mais tem esse negócio de tribos fechadas eu sou roqueiro, ele lá é skatista.  O homem não se conhece muito bem nessa sociedade contemporânea. 

A pós modernidade dizem que já era, dizem que já estamos na alta modernidade, anida não vejo um fator social relevante que realmente  a nos levem crer realmente necessitamos dividir a história com a necessidade de criar nova nomenclatura, pois esses fatores ainda estão se transformando. O que existe hoje  é  sempre a briga pela verdade. Todos querem ter a verdade, talvez seja uma evolução natural humana, ou jamais sejamos modernos realmente.

Nossa hipótese com essa pesquisa  sobre o design é verificar vertentes ou tendências existentes. Tratamos o caráter efêmero do tempo. O design também acabou tornando-se  efêmero - lembrando logo  o efêmero precisa  de contante atualização - tudo hoje precisa mudar constantemente justamente para sustentar a voracidade de consumo. Hoje o mundo é muito difícil, sendo um pouco generalista tudo tem que ser personalizável. Todos querem se ver cada vez mais diferentes. O efêmero é tornou-se o acumulo de bens, além dos produtos, um exemplo a religião, o consumo de hoje também e afetivo suportando suas carências existentes. Estamos mais centrados em nós do que no nosso meio, no nosso entorno. O design engajado está mais ligado na sustentabilidade em seus discursos. Afinal nada é definitivo ou absoluto, tendo como discurso que isso na verdade essa tendência esquizofrênica que vivemos hoje, em misturar tudo com várias características um dia vai acabar.



Fernando Bini

Reforçando que , jamais a gente tem a verdade, justamente estamos tentando buscar uma verdade com essa pesquisa, sempre vai existir o conflito é mais ou menos como o engenheiro e o artista. O design surge no meio desse paradigma, surge logo após o cinema, não se sabe se arte, se é ciência. Eu não sou a pessoa mais indicada para falar deste assunto atualmente, pois não sou mais um profissional atuante no mercado. O tema  nós com eles, nós sem eles é meio parecido com o da Bienal de São Paulo que ocorreu em 2006. O problema não é interagir com as coisas, mas como integrá-las? Na procura da totalidade dessa Charneira achei alguma coisas bizarras que vocês colocaram, como: Oficina de Cupcakes? Ou seja vamos aprender a modelagem no bolo aprendendo a noção de volume e espaço, ou a terminologia que vocês colocaram está de forma mal empregada? Quero citar Oswald de Andrade que disse uma frase  para lapidar: “a massa ainda comerá do biscoito fino que eu fabrico”. Isso me fez lembrar de um conto de Dalton Trevisan que ele vai tecendo o conto como as Oficinas de Bordado na Charneira, ele vai trabalhando com as idéias  mesmos as mais improváveis. Mas eu pergunto porquê oficinas? Oficinas não são o lugar para consertos? Quando meu carro quebra eu levo a uma oficina, quando meu aparelho estraga eu levo a uma oficina, e nós temos uma oficina para o Pensamento? Mudam-se o nome mudam-se as coisas, mudam-se os conceitos. O design hoje  tem que estar atento a tudo. Eu aprendi a observar com a ajuda da semiótica a lei do mundo.

O mundo da informática perdeu uma pessoa notória esta semana que foi Steve Jobs. Essa é minha pesquisa sobre o design hoje. Temos ao menos três momentos históricos com a maçã. A maçã do paraíso de Adão e Eva, a maçã da lei da gravidade de Newton e a agora a maçã da Apple de Stive Jobs. Pouco me interessa os mecanismos do produto  o que eu vejo que a Macintosh  se passou a chamar iMac foi ele quem lançou a informatica de uma forma mais humanizada. A maçã tem uma grande importância histórica para a humanidade. Porque a maçã mordida? Porque dizem questionar como o pecado cometido por Eva, ela representa além do pecado, ela tenta representar em ultrapassar os limites. O pano da discórdia foi dado para a mulher mais bela nas pinturas da mitologia grega Afrodite.  Outro momento importante foi a maçã de Newton da lenda que sentou-se debaixo de uma macieira e uma maçã caiu em sua cabeça, ao pegar e morde-la teorizou a lei da gravidade. Também temos a maçã presente em contos infantis como o da Branca de Neve. A maçã tem relação com um símbolo erótico,  a maçã também foi utilizada agora na pós modernidade com os Beattles, mas não conseguiram sustentar essa marca. A maçã de Apple não é uma criação de Steve Jobs, mas de Rob Janoff ele transformou num desenho  elegante e agradável que chama atenção. Porquê utilizou então a maçã como marca? Qual sua relação? O que ele coloca  aqui como o fruto do conhecimento e de quebrar as regras, rompendo e contrariando a situação. As marcas estão sempre atrás de uma boa história e de uma boa idéia .Sei que todos amam a Apple. Porquê? Vejam seu slogan: Pense diferente! Concordo com essa idéia de paixão, o design  também é paixão pelo que faz como um artista, como disse Baudelaire falando mais ou menos assim de Dell"aqua: Na história da maçã o professor não ganha mais maçã no seu dia? Já Patrick Jouin é outro caso desses de design contemporâneo e moderno.

O produto que chama atenção são os produtos que tem o design que pensa nas questões pertinentes da humanidade. Como a criação de Patrick Jouin das bicicletas parisienses Velib. Ela é uma bicicleta pública com um bicicletário espalhado em pontos estratégicos. Não foque somente no desenho, mas todo trabalho complexo a ele associado com outras áreas para que realmente o projeto funcionasse.

Ao se apropriar do trabalho artesanal ele diz não ter problemas ele não se preocupa com fronteiras, ele entende sua profissão como os italianos o a chamam: Sou um projetista. O designer hoje é chamado para desenhar mais objetos inovando sempre para manter essa perenidade que vivemos como disseram o design efêmero. Como disse Gonçalo Batista Ferraz: Porque perseguir a tecnologia se certamente perdemos a batalha?  - Nós devemos nos voltar diretamente para as ciências sociais pois essa talvez seja a única solução.
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