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CHARNEIRA 2010 - ENCERRAMENTO



João Livotti é um empreendedor por inovação. Aos  trinta e poucos anos de idade resolve viajar para Itália, e acabou tendo contato com curso de Desenho Industrial. Além  de aprender uma nova lingua ele resolveu aprender desgin italiano,  percebeu que o povo europeu era muito apaixonado por mobiliária antigo como ele. Descobriu em uma de suas viagens de volta ao Brasil que o mobiliário antigo aqui era descartado como se fosse algo comum sem importância ou sem valor. Então ele parte novamente  a Europa e resolver sua vida para definitivamente voltar ao Brasil. Assim que retorna começa a entrar em contatos e começa a colecionar móveis antigos. Então ao perceber que estrangeiros também procuvaram móveis brasileiros feitos de madeiras nobres que eram simplesmente jogados pelos seus antigos donos, ele resolve restaurá-los com a sacada do Vintage e assim meio do nada começa a Desmobília.


A desmobília é hoje uma das lojas de móveis antigos com maior destaque nacional. Sua sacada foi simplesmente utilizar um meio relativamente novo na época: a Internet. Naquela época ninguém comprava nada pela internet a não ser livros e cds - comenta João Livoti - Imagine tentar vender móveis para Belém do Pará pela internet que ainda as pessoas achavam  um meio inseguro e instável.
Nem tudo foi maravilhas! No começo quando abriu a loja, ficou aproximadamente 6 meses sem vender uma única peça,  ameaçado de fechar as portas porque as pessoas não tinham entendido o seu propósito - creio ele até que um francês diretor da Renault que vinha acompanhar o processo de transição da fabrica para o Brasil passou em frente a loja e levou todo seu estoque. Definitivamente foi um golpe de sorte.

Para ele a brasilidade não existe. Tudo está na ousadia de tentar criar algo que em qualquer lugar do mundo alguém veja seu trabalho como belo. Ele cita que quando fazia design na Itália, os italianos sentiam uma certa inveja do Brasil. " Nós italianos temos séculos de história, num ombro eu carrego Michelangelo, e no outro Rafael, não posso fugir muito disso " comentou este colega que João conheceu durante o curso. De fato eles possuem uma carga, uma tradição, um modelo pelo qual eles não tem capacidade de ousar demais. Ao contrário do Brasil, que pode se apoderar de qualquer elemento ou coisa do mundo e o transformar-o em um objeto único. Por isso não consigo ver uma identidade nacional, pois nossa identidade é não ter identidade, segundo Livoti.

http://www.desmobilia.com.br/



O último debate contou com a presença de Ricardo Martins, Fernando Bini, e Sergio Silveira Santos. De volta sobre a questão de brasilidade discutiu-se  o que era e o que não era Brasilidade. A brasilidade não é o mercado de consumo, com valores e ideais americanos, essa tendência já está acabando,  o mundo já está cansado deste modelo competitivo americano que tudo que você faz tem que mostrar melhor que os outros, esse definitivamente não é a brasilidade - Segundo Ricardo Martins. Para Fernando Bini a brasilidade se caracteriza pelo imperador Dom Pedro II, ele quem instaura o espírito brasileiro, assim como obras literárias de Machado de Assis, representam o que há de melhor na brasilidade. Para Sérgio Santos, o que não é brasilidade é a música sertaneja, um modelo importado do country americano, melodias melancólicas, e sem espírito e identidade cultural com o Brasil - A música caipira é alegre e simples, não esses caras que vem com chapéu de cowboy, calça jeans e bota de R$ 700,00 com umas mistura de músicas que não identificam em nada a forma do verdadeiro caipira.

Outro ponto discutido foi a brasilidade de forma xenófoba. As vezes temos mais apreço pela cultura advinda de fora do que nossa própria raiz. Segundo Bini, e Ricardo Martins o brasileiro está deixando de ver o Brasil com certo desprezo, com uma economia puljante, um mercado em ascensão, é atrativos que só existem no Brasil estão mudando a percepção dos brasileiros com o próprio país. Embora não vivamos as diferentes realidades de norte a sul do Brasil, cada peculiaridade do país que torna único. Ninguém é obrigado a gostar do tecno-brega, ou do funk carioca, ou do carnaval do Rio, ou muito menos do frevo, ou do boi bumbá no Pará, ou ainda vestir a bombacha do gaúcho, pois cada parte sofreu uma influência que o torna relativamente único. Segundo Sérgio Santos, o Brasil é relativamente brega, como Sidney Magal, ou Falcão, essa mistura de tantos atributos e tantas cores, e variedades é que nos tornam relativamente - Kitsch.

Mas há muitas coisas importantes no Brasil que nos tornam únicos, é o caso do sucesso das Havaianas, que desmistificou que lugar sério tem que ser o sapato fechado, como era imposto no modelo americano, as pessoas não vêem mais as sandálias havaianas como um objeto depreciativo, pois ele foi o único no mercado que fez o processo inverso, surgiu primeiramente para a camada mais baixa e hoje é vendido como produto de luxo, somente o Brasil consegue essas proezas. Outro exemplo citado por Ricardo Martins é o sucesso do Chocotone: " Que outro lugar no mundo se vende Chocotone?" - é um produto de sucesso estritamente  nacional. O modelo selvagem americano está cansando o mundo, o mundo está cansado de ver grandes marcas, ver a celebre frase " Times is money" ( tempo é dinheiro) , o Brasil pode trazer um vigor ao mundo, pois a simplicidade e os atributos que nossa cultura representa pode tornar o mundo melhor e menos competitivo, e desgastante.

O Brasil não se destaca dos demais paises emergentes só por ter uma visão mais ocidental que os demais paises, mas por temos uma certa mamolecência que mundo precisa, uma ginga, um ritmo diferente  e uma exuberência de riquezas inigualáveis.





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